terça-feira, 23 de junho de 2015

Consequências negativas da urbanização acelerada

OCUPAÇÃO INDEVIDA

     Com a revolução industrial houve um crescimento acelerado e desordenado, as cidades não estavam preparadas para receber essa grande massa de pessoas. Os centros urbanos, principalmente, foram sendo ocupados de maneira rápida e sem planejamento fazendo com que essas regiões muitas vezes fossem mais valorizadas do que as regiões periféricas, como aconteceu em Colatina.

     O valor da terra, nos centros urbanos, é mais alto, portanto a população de classe mais baixa não tem condições de se instalar nessas regiões e são “obrigadas” a se alojarem em morros que muitas vezes não suportam as estruturas que ali são fixadas. Inicia-se, então, o processo de favelização. São instaladas casas, não necessariamente em estado ruim, em morros que são instáveis. 

    Com a ocorrência de muita chuva na região esses morros deslizam, levando consigo casas e pessoas. Isso ocorreu em Colatina, na época de muita chuva no final do ano de 2013 e início de 2014.

    Segundo o G1 ES: “De acordo com a Defesa Civil, há registros de deslizamentos de terra nos bairros Bela Vista, São Diego e Córrego do Ouro.”. O Facebook Colatina Hoje também mostrou a situação da cidade após a forte chuva em dezembro “(...) situação atual do local da tragédia do bairro São Marcos na véspera de Natal. O muro de contenção da rua Alfredo Chaves desmoronou e parte da rua deslizou, atingindo quatro casas e deixando vítimas fatais.”


                                       


     Na cidade, além dos espaços nos centros serem muito caros, a tipologia do relevo sendo um vale ajudou muito. Existem muitos bairros que estão fixados em lugares que supostamente deveriam ser proibidos, pois excedem o limite legal de inclinação. “O parcelamento em encostas não é permitido em terrenos com declividade igual ou superiora 30%, salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; em terrenos onde as condições geológicas desaconselhem a edificação; em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção” (Lei n.º 6.766/79modificada pela Lei n.º 9.785/99).

     O grande problema de Colatina também é o descaso, essas regiões mais elevadas e distanciadas do centro acabam ficando um pouco esquecidas para as autoridades, portanto não há uma educação, um conhecimento das pessoas que ali vivem sobre os perigos que elas estão se submetendo.


                                        


      Os deslizamentos de 2013/14 mostraram o quanto as autoridades não estão preparadas para lidar com esse tipo de fenômeno. Até hoje é possível ver os rastros das destruições, aonde não foram tomadas nenhuma iniciativa, nem mesmo tirar as pessoas das regiões de risco. Ou seja, se ocorrer chuvas na mesma intensidade do que em 2013, outros vários morros iriam deslizar levando mais casas e pessoas.

     O que poderia ser feito para melhorar a situação atual é ou tirar as pessoas das encostas ou uma reeducação da população dessas regiões. O despovoamento seria a solução mais rápida. Tirar essas pessoas dos morros é algo fácil, mas aonde colocá-las? Na cidade de Colatina é inviável. A reeducação das pessoas é mais demorada, porém é um processo que vai auxiliar na solução de alguns problemas atuais e futuros. Como diz no Manual de Ocupação dos Morros da região metropolitana do Recife :“(...) Intervir para a melhoria dos morros significa ir além da realização de obras para reduzir o risco e evitar mortes e perdas materiais. Significa requalificar esses espaços para a melhoria da vida de seus ocupantes, seguindo diretrizes de tratamento, reordenamento de áreas já ocupadas e de ocupação de novos terrenos nos próprios morros, de modo que a ocupação se faça ordenada e segura, adequada às peculiaridades geológico-geotécnicas, topográficas e hidrológicas do terreno, e atendendo às expectativas de seus moradores.”

      Nessa postagem via Facebook Sdds Colatina mostra o quanto os moradores não têm muita escolha e tem que abandonar suas casas. “Acaba de cair um barranco no Carlos Germano, a situação é complicada no bairro. A pista está interditada no final do bairro Carlos Germano. A estrada está quase tomada pela terra. Tem um prédio que está correndo risco de desabar. A polícia solicitou a presença do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil para avaliar melhor a situação e confirmar o perigo, e assim, se a estrada deve continuar interditada.Os moradores não estão querendo deixar suas casas antes de levar seus bens, o que dificulta o trabalho dos bombeiros e põe em risco a vida da população.”



                                    


     Portanto, o que seria mais viável a se fazer para solucionar os problemas dos morros seria utilizar a participação popular e promover uma reeducação sobre os perigos dessas encostas. Como diz o Manual de Ocupação dos Morros da região metropolitana do Recife: “Uma estratégia global, que pode alcançar efeitos estruturadores, é ampliar a participação da população nos processos decisórios da formulação, implementação e avaliação da política urbana para os morros, possibilitando aos seus moradores serem agentes e beneficiários de intervenções”


REFERÊNCIAS


Fotos de Colatina disponível em: https://www.facebook.com/SddsColatina acesso em 09 de junho de 2015. 

Fotos de Colatina disponível em: https://pt-pt.facebook.com/colatinahojeacesso em 09 de junho de 2015. 

Deslizamento em Colatina. Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2015/03/forte-chuva-alaga-ruas-e-causa-deslizamentos-em-colatina-es.htmlacesso em 09 de junho de 2015.



Grupo:
Bárbara Linhalis Boschetti
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